quarta-feira, 17 de março de 2010

SOMBRAS

Sombras

Então qualquer hora a gente pisa na mesma folha de calçada, como se fôssemos Federico Garcia Lorca e Clarice Lispector. E nos disséssemos “tudo bem?” cansados da brincadeira, os olhos fundos das ilusões mortas, as olheiras espiando nossas rugas. Nossas ruas. Nossas luas. Tudo assim. Como as leis nos prescreveram. 




Zeca C. Leite

terça-feira, 16 de março de 2010






Suspeito, do LP Façanhas de 1992.

Composição: Arrigo Barnabé e Hermelino Nader

Você tem medo de fazer amor comigo
Você tem medo de acordar com um bandido
E ver no espelho escrito com batom:
- Tchau trouxa, foi bom!
Você não sabe de onde eu tiro o meu dinheiro
Você não sabe o que eu faço o dia inteiro
E esse mistério destrói a nossa paz
Ah, não posso mais
Não me pergunte nada, me deixe apenas vendo
Seu corpo lindo vindo para mim
E não se esconda tanto pois o seu corpo chama
Um outro corpo solto sobre o seu que eu bem sei
É o meu
Você suspeita que eu não seja um bom sujeito
E não entrega seu amor a um suspeito
Mas mesmo tentando jamais conseguirá
Não me desejar

quarta-feira, 10 de março de 2010

MARTINS PENA



 Sobre a obra
O famoso provérbio “Quem casa, quer casa” está associado a esta peça teatral de ato único, que se passa no Rio de Janeiro, em 1845.

Na trama, o casal de filhos de Dona Fabiana casa-se com o casal de filhos de Anselmo. Os recém casados continuam morando com Dona Fabiana.

A confusão é tanta que resulta em várias brigas cômicas e Nicolau, marido de Dona Fabiana, é um “carola molengão” que não faz nada. É Anselmo quem resolve o problema de forma prática.

obre o autor

Luís Carlos Martins Pena nasceu no Rio de Janeiro (RJ), em 5 de novembro de 1815. Com apenas um ano de idade, ficou órfão do pai, João Martins Pena. Aos dez perdeu também a mãe, Francisca de Paula Julieta Pena.

Seus tutores o designaram para a vida comercial, tendo completado o curso do comércio em 1835. Porém, passou a freqüentar a Academia de Belas Artes, onde estudou arquitetura, estatuária, desenho e música. Simultaneamente, estudava línguas, história, literatura e teatro.

Em 1838, entrou para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde exerceu cargos, até chegar ao posto de adido à Legação do Brasil em Londres. Fez crítica teatral como folhetinista em jornais, mas sua maior contribuição à literatura nacional foi como teatrólogo.

É considerado o fundador da comédia de costumes e, dotado de veia cômica, escreveu diversas comédias e farsas que alcançaram destaque na época e ainda são representadas com êxito. Faleceu em Lisboa, Portugal, em 7 de dezembro de 1848.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

domingo, 21 de fevereiro de 2010

AUTORES INDIANOS

sábado, 6 de fevereiro de 2010

HILDA HIST

Sobre a obra
“Jubilo, memória e noviciado da paixão” foi publicado em 1974.

Trate-se de um livro de poesia. Os dez poemas de “Ode descontínua e remota para flauta e oboé. De Ariana para Dionísio” compõem a obra.

O título do LivroClip “A sublime senhora H. e as odes de uma Ariana” faz referência à obra “A obscena senhora D.”, em que Hilda Hilst escreve sobre Hillé, que após a morte do amante, se recolhe no vão de uma escada.

Os textos trazem muitas referências à mitologia clássica. Ariana é mulher do signo de Áries, associado ao impulso criador, ao fogo. Mas Ariana também é Ariadne, mortal apaixonada pelo herói Teseu, que a abandona numa ilha. Dionísio, deus do vinho e da embriaguez, da colheita e da fertilidade, a encontra, impressiona-se com sua beleza e a leva para o Olimpo.

O obra também é repleta de referências à literatura clássica. Num dos poemas, a poeta cita Catulo, provavelmente o primeiro poeta lírico da antiga Roma. Catulo dirigia textos obscenos à Lésbia, também identificada como Clódia, mulher que mantinha relacionamentos extraconjugais.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Há Tempos

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Eu sei mas não devia


Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo q ue não tinha certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava . Queria saber a hora.
Talvez não fosse um menino De Família, mas também não era um Menino de rua. è assim que a gente divide. Menino De Famílía é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino De Rua. Menino DeRua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. [...]
Na verdade não existem meninos DE rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozinhos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante  muitos anos também  são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe n arua. E por quê.
COLASANTI, Marina. Eu sei, mas não devia.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Livros lançados recentemente

Relação dos livros lançados recentemente
Veja quais foram os livros lançados nas maiores livrarias
 

Lançamento
Vale Tudo : Tim Maia
NELSON MOTTA


 

Lançamento
Pré-Venda: Onde Está Teresa ?
ZIBIA GASPARETTO & LUCIUS (ESPIRITO)


 

Lançamento
Alô chics !
GLORIA KALIL

Ir para o site

 

Lançamento
HARRY POTTER E AS RELIQUIAS DA MORTE


 

Lançamento
O SEGREDO
BYRNE, RHONDA


 

Lançamento
Pré-Venda: Diana : Crônicas Íntimas
TINA BROWN


 

Lançamento
Pré-Venda: Einstein : Sua Vida, Seu Universo
WALTER ISAACSON

Ir para o site

 

Lançamento
História da Feiúra
UMBERTO ECO


 

Lançamento
Magra e Poderosa
RORY FREEDMAN & KIM BARNOUIN


 

Lançamento
Pré-Venda: Quem Ama, Educa!: Formando Cidadãos Éticos
ICAMI TIBA


 
 
 

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Livros mais vendidos

01/01/2010 - 20h36

Veja os livros mais vendidos na Livraria da Folha em dezembro

da Folha Online
No mês em que se realizou a Conferência de Copenhague, o livro mais vendido da Livraria da Folha na categoria "Não Ficção" foi "Como Combater o Aquecimento Global", que oferece informações e sugestões práticas para minimizar o impacto que causamos ao meio ambiente.
Outro destaque de dezembro é "O Símbolo Perdido", que pelo segundo mês aparece no topo da lista de "Ficção".
Veja abaixo os livros mais vendidos em diversas categorias.
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FICÇÃO
1. "O Símbolo Perdido"
2. "O Aniversário de Asterix e Obelix: o Livro de Ouro"
3. "Caim"
4. "Os Espiões"
5. "A Cabana"
Veja lista detalhada
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NÃO FICÇÃO
1. "Como Combater o Aquecimento Global"
2. "Honoráveis Bandidos"
3. "Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola"
4. "Seu Futuro em Direito"
5. "1001 Discos para Ouvir Antes de Morrer"
Veja lista detalhada
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CULINÁRIA E GASTRONOMIA
1. "Bíblia do Churrasco"
2. "O Livro do Churrasco"
3. "Memórias Gastronômicas"
4. "Guia de Vinhos Larousse"
5. "Culinária Japonesa para Brasileiros"
Veja lista detalhada
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VIAGEM E TURISMO
1. "As Melhores Viagens do Mundo"
2. "Guia Visual Itália"
3. "Guia Visual Paris"
4. "Walt Disney World Resort & Orlando"
5. "Guia Visual Nova York"
Veja lista detalhada
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INFANTIS
1. "Foi Feito por Mim!"
2- "O Pequeno Príncipe"
3. "A História do Natal"
4. "Predadores"
5. "O Sítio do Picapau Amarelo"
Veja lista detalhada
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Capa de "15 Minutos Inglês"
REFERÊNCIA
1. "15 Minutos Inglês"
2. "Novo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa"
3. "15 Minutos Francês"
4. "15 Minutos Italiano"
5. "15 Minutos Espanhol"
Veja lista detalhada
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FOLHA EXPLICA
1. "Futebol Brasileiro Hoje"
2. "Paulo Freire"
3. "Villa-Lobos"
4. "O Narcotráfico"
5. "Carlos Drummond de Andrade"
Veja lista detalhada
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SAÚDE
1. "100 Receitas de Saúde: Sucos e Vitaminas"
2. "Os Segredos da Respiração"
3. "Meditação da Luz"
4. "Superalongamento"
5. "Como Viver Mais e Melhor"
Veja lista detalhada
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ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO
1. "Os Axiomas de Zurique"
2. "A Ciência de Ficar Rico"
3. "Investindo em Opções"
4. "Investimentos Inteligentes"
5. "Mercado de Opções"
Veja lista detalhada
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Divulgação
CARREIRA E SUCESSO
1. "Seu Futuro em Direito"
2. "Aprenda a Usar o Tempo"
3. "A Arte de Escrever Bem"
4. "Matemática Financeira com Uso do Excel e Hp12c"
5. "Médico"

domingo, 17 de janeiro de 2010

The road not taken



Robert Frost (1874–1963).  Mountain Interval.  1920.

1. The Road Not Taken


TWO roads diverged in a yellow wood,

And sorry I could not travel both

And be one traveler, long I stood

And looked down one as far as I could

To where it bent in the undergrowth;
        5

Then took the other, as just as fair,

And having perhaps the better claim,

Because it was grassy and wanted wear;

Though as for that the passing there

Had worn them really about the same,
        10

And both that morning equally lay

In leaves no step had trodden black.

Oh, I kept the first for another day!

Yet knowing how way leads on to way,

I doubted if I should ever come back.
        15

I shall be telling this with a sigh

Somewhere ages and ages hence:

Two roads diverged in a wood, and I—

I took the one less traveled by,

And that has made all the difference.
        20

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Edith Piaf

domingo, 3 de janeiro de 2010

Paulo Freire

Extraído De Pedagogia da Autonomia, p. 43.


O que se coloca à educadora ou ao educador democrático, consciente da impossibilidade da neutralidade da educação, é forjar em si um saber especial, que jamais deve abandonar, saber que motiva e sustenta sua luta: se a educação não é a chave das transformações sociais, não é também simplesmente reprodutora da ideologia dominante. O que quero dizer é que a educação nem é uma força imbatível a serviço da transformação da sociedade, porque assim eu queira, nem tampouco é a perpetuação do "status quo" porque o dominante o decrete. O educador e a educadora críticos não podem pensar que, a partir do curso que coordenam ou do seminário que lideram, podem transformar o país. Mas podem demonstrar que é possível mudar. E isto reforça nele ou nela a importância de sua tarefa político-pedagógica.

sábado, 26 de dezembro de 2009

A escola:um dos principais agentes da atuação das ideologias












Faz-se necessária, também, uma reflexão sobre a tão comentada crise no ensino da língua materna, a exemplo do que ocorreu em outros países, da qual se ouve falar desde os anos setenta no Brasil. Tal crise definida, ora como uso deficiente ou inadequado da língua materna, ora como ineficiência do ensino, coincide com o processo de democratização da escola. Esta escola, que sempre privilegiou a cultura e a linguagem das classes favorecidas, pretende-se democrática, mas não aceita o dialeto de alunos pertencentes às camadas populares, expressão de sua cultura. Sobre esse assunto comenta Gnerre (1985) que processos considerados democráticos, mesmo com o objetivo de aumentar oportunidades e recursos educacionais, podem estar a serviço de processos de padronização da língua, pois estes costumam ser utilizados como instrumentos de controle do estado sobre faixas de difícil controle, já que tais grupos que mantêm contato reduzido com a variedade padrão da língua e produzem pouco material escrito, muitas vezes têm dificuldade para entender o mapa de estratificação social e as conseqüentes posições sociais, ou seja quem é quem na sociedade. Assim, a educação formal tem este lado que visa formar cidadãos mais produtivos e funcionais, preparados para interagir na sociedade.
Para Baudrillard, (Apud Chang,1996, p.181), existe um terrorismo do código que, por funcionar como mecanismo que salvaguarda a univocalidade da mensagem, reprime a heterogeneidade e contradições que surgem nos processos reais de comunicação social. Assim, não partilhamos códigos, nem transmitimos unilateralmente a mensagem. Bakhtin, em seus estudos sobre a linguagem, chama a atenção para o fato de que existe um vínculo orgânico entre o uso da linguagem e a atividade humana, pois não falamos no vazio, os enunciados que produzimos estão sempre relacionados às esferas do agir humano, têm tema, organização composicional e estilos adequados às finalidades e condições de cada atividade realizada. Tal pensamento esclarece a complexidade existente nas práticas de linguagem, bem como das atividades humanas e, conseqüentemente, à permanente mutação nos gêneros do discurso.
De outra maneira, as pesquisas de Chartier (2001) questionam o significado da leitura nas sociedades tradicionais. A seu ver, há uma capacidade de decifração que muitos possuem que pode revelar um grande número de habilidades, sendo estas das mais virtuosas às mais hesitantes. É preciso, portanto, fazer a reconstituição das diferenças simplificadoras que persistem até hoje como a de duas populações opostas, isto é, a de leitores alfabetizados e analfabetos iletrados. O autor cita uma primeira diferença que seria a modalidade física do ato léxico, que caracteriza uma leitura silenciosa de outra que necessita da oralização em voz alta ou baixa.
Chartier trata diacronicamente o assunto, datando três épocas de conquista da leitura visual em silêncio. São elas os séculos IX-XI, quando os scriptoria monásticos abandonaram os hábitos da leitura e da cópia oralizada; o século XIII com a leitura silenciosa adotada nas universidades; e a partir da metade do século XVI quando a leitura silenciosa é adotada pelas aristocracias laicas. Foi desta forma que se deu uma nova relação com o livro, mais fácil e produtiva, que foi favorecida por mudanças no próprio manuscrito como, por exemplo, a separação das palavras, provocando relações analíticas entre o texto e suas glosas, notas e índices. Acontece, então, uma mudança no ato de ler, que antes consistia num esforço do corpo inteiro para outra arte de ler, na intimidade de uma relação individual.
Nesse sentido, é interessante assinalar a recente tradução do árabe para o português, da obra As mil e uma noites, feita pelo professor Mamede Mustafá Jarouche, que traz aos leitores brasileiros os mais famosos contos orientais universais, assim considerados, talvez, porque muitos os conhecem mesmo sem nunca os terem lido, além de suas múltiplas origens geográficas e culturais. Hugo Estenssoro (2005) ao comentar o lançamento da obra, destaca a infinitude do livro a partir, mesmo, de seu título e cita autores como De Quincey, que credita aos contos o entendimento que lhe foi dado de que “as mínimas coisas do universo devem ser espelhos das maiores” além de citar, também, Borges, autor que se refere ao livro como “uma espécie de eternidade”.
A informação acima veiculada pretende relacionar alguns dados históricos sobre a leitura e a escrita, pois, concordamos com Yunes (2005), ao dizer que, em nossa sociedade contemporânea, o fato da alfabetização ter se tornado uma imposição para o desenvolvimento industrial, entre outros, como foi visto no relato das pesquisas de Chartier e Hebrard (1995), disseminou a idéia de que a leitura decorre da escrita, embora se saiba, e os contos orientais são um exemplo disto, que a oralidade precede a escrita no tempo e memória dos homens.
Toda e qualquer forma de linguagem é criada pela cultura de um povo que define correspondências, formando um sistema definidor das representações deste mesmo povo sobre o mundo, portanto, a linguagem cria, dá significado ao mundo. Assim, tanto falantes quanto leitores somos obrigados a ver o mundo por meio das configurações das línguas e, de acordo com filósofos da linguagem como Wittgenstein (1996) e Austin (1986), o que entendemos como real significa o sentido que lhe atribuímos. Desta forma, aquilo que é dito depende de quem fala e da sua ideologia, bem como depende do ouvinte. No caso de um grupo social estar dominado por um só ponto de vista, contamina outros discursos e assim se perde a polifonia de vozes. A escrita tem um papel perverso neste processo, pois pode fixar significados, reforçando interpretações. Porém, na oralidade que antecede a escrita se insinua a criação de sentidos, pois o homem ao mesmo tempo que nomeia a natureza está interpretando-a, atribuindo significado, funções e designações, ou seja, está lendo.
Yunes (2002) considera que da mesma forma que a escrita não suprimiu a oralidade, continua preservada a condição de leitor que pratica o tipo de leitura acima descrito, uma camada secundária dentro da oralidade, intensamente presente na cultura alfabetizada, porém, atualmente condicionada ideologicamente pela mídia. Assim,


O mundo já aparece interpretado consoante as vozes que o manipulam, dos telejornais às telenovelas, dos comentários às entrevistas que alienam contextos para naturalizar práticas. (YUNES, 2002, p.54)


Da forma explicitada acima, idealmente, todos somos leitores, embora os marginalizados da alfabetização, muitas vezes não se considerem assim, pois não lhes é dada a condição de construção de um imaginário a partir da linguagem escrita no meio em que está inserido, isto é, sua capacidade de leitura é censurada.
Desta maneira, sabendo que só escreve quem lê, é importante acrescentar que, na pós-modernidade, precisamos ter clareza de que na leitura de mundo também está presente uma leitura oriunda da escrita. A cidadania em nossos tempos não é a mesma do século XIX, pois, neste último, havia a necessidade de formação de uma sociedade em harmonia com uma nação, hoje, porém, há a necessidade de sobrevivência humana à diversidade social. Para Yunes (2002), é importante a revisão da história da leitura no sentido de corolário da escrita.
Sabemos que o homem, desde os primórdios de sua existência, ao registrar, de várias formas, suas impressões ou interpretações, realizava uma escrita não-alfabética como produto de uma leitura precedente. Por outro lado, tal valorização da leitura poderia levar ao pensamento de que a codificação imobiliza a mensagem, já que preexistia à escrita. Tal fato, então, acarretaria a imobilidade da leitura, situação que de fato ocorreu durante muitos séculos, a favor das ideologias dominantes, juntamente com aqueles autorizados a ler, isto é, decodificando e interpretando signos definidos a priori.
Por muito tempo, o registro da participação do leitor ao longo da história não se importou com o exercício de interpretação por ele exercido, mas sim com gestos posturais, movimentação dos lábios, fonação etc. Tal aspecto era visto como um reconhecimento na escrita dos sentidos retidos nela inscritos pelo poder social. O sentido absoluto do que era registrado na escrita só se modificou com o surgimento de sociedades de caráter democrático, mais recentemente, quando houve a repercussão de valores e necessidades comuns entre classes sociais diferentes, fato que colocou em dúvida a valorização do escrito como verdade única.
Mais recentemente, apesar do grande valor da escrita em nossa sociedade, sabemos de estudos que destacam a mobilidade dos signos, regida por usuários que criam novas referências, transformam as formas e sua ordem, criam discursos neste espaço onde realmente acontece a leitura. Yunes (2002) usa as seguintes palavras de Michel de Certeau para exemplificar este fato:




Bem longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho - mas, sobre o solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casa –os leitores são vigilantes: eles circulam sobre a terra de outrem, caçam, furtivamente, como nômades através de campos que não escreveram, arrebatam os bens do Egito para com eles se regalar. A escrita acumula, estoca, resiste ao tempo pelo estabelecimento de um lugar, e multiplica a sua produção pelo expansionismo da reprodução. A leitura não se protege contra o desgaste do tempo ( nós nos esquecemos e nós a esqueceremos); ela pouco ou nada conserva de suas aquisições e cada lugar por onde ela passa é repetição do paraíso perdido. (CERTEAU, apud Yunes, 2002, p. 55)




Assim, para Yunes (2002, p. 56) “a escrita é um instantâneo no fluxo das leituras, ato contínuo que se interrompe para registro, por um lado; por outro o exercício de que fala de Certeau: desimobilizar o texto alheio, insuflando-lhe vida nova pela sua reinserção no circuito de significação”.
Desta forma, é possível dizer que a força do escrito vem do leitor, que a ela atribui um sentido em um contexto histórico determinado. A oralidade anterior à escrita, ou mesmo as sociedades ágrafas fundaram sua organização e cidadania na confiabilidade da palavra oral. Já em nossa era, a oralidade está contaminada pela escrita e as práticas de leitura são, na maioria das vezes, condicionadas pelas forças ideológicas dominantes, principalmente no ambiente escolar.
Atualmente, uma questão importante para os estudiosos da linguagem e da educação refere-se ao objetivo do ensino da língua materna: desenvolver um padrão lingüístico, norma padrão, ou reproduzir a ordem social vigente. De acordo com Silva (2002):




A escola brasileira, ainda que pseudodemocratizada, no que diz respeito à língua materna, persegue, no geral, a tradição normativo-prescritiva, (...). A conseqüência disso para quem tenha algum verniz de formação lingüística é óbvia: muitas e variadas normas chegam à escola e essa persegue ainda um ideal normativo tradicional. A grande maioria cala e tem que deixar a escola para lutar pela sobrevivência quotidiana e continuará subalterno, na sociedade que se reproduz de geração a geração, deixando o poder e a voz com aqueles que, por herança, já os adquiriram.( SILVA, 2002, p. 33)




De forma similar a Silva (2002), Magnani (2001) declara:




A escola, por sua vez, na medida em que trabalha primordialmente com a palavra, “signo ideológico por excelência”, institucionaliza códigos de leitura e escrita, os quais se baseiam em uma concepção de língua enquanto sistema de normas forjadas por uma classe, mas aprendidos e utilizados como se fossem naturais e espontâneos, e prepara um perfil de leitor que servirá de parâmetro para a produção de livros. (Magnani, 2001, p.8)


A escola, em função de tais aspectos, torna-se um dos principais agentes da atuação das ideologias, atuando por meio da legislação, programas de ensino, conteúdos, metodologias e avaliação na inculcação de um padrão para orientar o comportamento dos indivíduos. Como existem brechas nessas relações, surgem contra-ideologias que logo são combatidas pelo Estado na forma de reformas de ensino, reorganização curricular, projetos, entre outros.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

The end



The End
(Backspacer - Pearl Jam)

What were all those dreams we shared
those many years ago?
What were all those plans we made now
left beside the road?
Behind us in the road

More than friends, I always pledged
cause friends they come and go
People change, as does everything
I wanted to grow old
I just want to grow old

Slide up next to me
I'm just a human being
I will take the blame
But just the same
this is not me

You see?
Believe...

I'm better than this
Don't leave me so cold
I'm buried beneath the stones
I just want to hold on
I know I'm worth your love

Enough...
I don't think
there's such a thing

It's my fault now
Having caught a sickness in my bones
How it pains to leave you here
With the kids on your own
Just don't let me go

Help me see myself
cause I can no longer tell
Looking out from the inside
of the bottom of a well

It's hell...
I yell...

But no one hears before I disappear
whisper in my ear
Give me something to echo
in my unknown future's ear

My dear...
The end
comes near...
I'm here...
But not much longer.

(Imagens da internet)
Categoria:  Música

sábado, 12 de dezembro de 2009

Biblioteca


A Biblioteca

Já no início do século XX, a biblioteca passa a ter um caráter de servir ao leitor, mais tarde, também de documentar e, nos anos 60, torna-se mediateca de informação, porém, com público cada vez menor.
Nóbrega (2002), em artigo sobre livros e bibliotecas, relata que a história destes mostra que sempre houve uma preocupação do homem com a preservação de seus conhecimentos, os quais formaram coleções e, conseqüentemente, a necessidade de organizá-los, além de evidenciar a função de liberação da memória. Porém, neste mundo de acervos surge a necessidade de seleção: o que deve ser incorporado e o que deve ser descartado?
A palavra biblioteca, do grego, biblion = livro e théke = caixa, armário, revela o sentido a ela atribuído: um cofre de tesouros. Infelizmente, tais tesouros são inacessíveis a grande parte da humanidade e a biblioteca é considerada um templo, local de ritos e segredos ao lado da ordem, técnica e preservação. Esta visão está impregnada no imaginário social e perdura até nossos dias.











Não se tem notícia da primeira biblioteca, mas, na Antiguidade, já havia a noção destas, as mais conhecidas são as do Egito. Os acervos antigos foram gravados em blocos de pedras pelos escribas, ditados pelos sábios. A seguir, vieram tabletes de barro, tabletes de madeira coberta com cera, tabletes gravados a fogo e, por fim, o rolo feito de couro de animal nos quais os escribas, depois os monges copiavam e escreviam. O fato que permitiu grandemente o desenvolvimento da escrita foi a criação da massa de papiro pelos egípcios pela facilidade e economia do material. Mesmo com a invenção do papel pelos chineses e tendo sido este trazido à Europa por Marco Pólo, os europeus, por não acreditar no material, demoraram cento e cinqüenta anos para atingir a era de Gutenberg.
É importante citar que os suportes de escrita utilizados como, por exemplo, placas de marfim, letras e desenhos gravados a ouro, incrustações com jóias, papiro e, mesmo, o papel, tornavam-nos frágeis demais, necessitando estes de vigilância contínua.
A biblioteca da Alexandria continha 700.000 rolos de papiro e neles trabalhavam filósofos, matemáticos, pesquisadores em geral, vertendo para o grego o conhecimento de várias culturas e, tornando-se um centro de influência na cultura da época. Assim, a biblioteca deixa de ser um simples depósito de livros religiosos e dos inventários dos reis.
No decorrer do tempo e com a multiplicação dos livros, além da transformação da ciência, literatura e artes e, principalmente, com a diminuição do analfabetismo e o surgimento das universidades a biblioteca passa a ser laica, com caráter leigo e civil. Passa a ter o objetivo de ser um centro de divulgação de conhecimentos, incorporando novas práticas como a de empréstimos de livros.
Foi a invenção dos tipos móveis por Gutenberg a responsável por uma grande modificação nos suportes de leitura, que ensejou uma democratização do conhecimento por meio do livro impresso. Porém, desde a invenção da imprensa até o século XIX, o livro era visto como um objeto natural, não existindo questionamentos sobre suas especificidades. Já a partir do século XIX, surgem reflexões sobre o livro e a noção de que ele pode provocar no leitor experiências únicas e, também, complexas. Em relação à biblioteca o interesse era de oferecer oportunidades a diferentes públicos, porém sem resolver a questão de conservação e uso dos estoques, culminando com uma visão de função educadora, embora as reflexões teóricas atuais pensem nela como espaço social de discussão e criação.









Nos anos de 1980 e no início dos anos de 1990 houve, no Brasil, críticas feitas por muitos educadores sobre o tecnicismo presente na educação e também na biblioteconomia. Foi esse debate que revelou o caráter político e social das práticas escolares e das bibliotecas, mostrando o sucateamento das escolas e de suas bibliotecas quando estas existiam, e promovendo propostas de mudança. Assim, disto resultou o entendimento de que o trabalho do bibliotecário é de cunho político, pois não pode ser desvinculado de objetivos sociais e valores humanos, abalando as bases tecnoburocráticas da biblioteconomia, definindo as práticas do bibliotecário como conscientizadoras, transformadoras e criadoras. Dessa forma, os bibliotecários, antes meros executores de decisões tecnoburocráticas, passaram a dar mais ênfase à dimensão educativa de suas práticas como, por exemplo, elaborar programas para o desenvolvimento do gosto pela leitura.
O tecnicismo presente, ainda hoje, em muitas bibliotecas, deriva-se da tecnoburocracia, um prolongamento do estado autoritário que impõe certos valores e crenças como a valorização do método de trabalho em detrimento das condições e finalidades do trabalho, enfatizando o planejamento e o controle e a fiscalização por meio de normas rígidas e procedimento padronizado. O que se espera de um bibliotecário atualmente é que ele conheça o conteúdo dos livros que têm como também ser um guia intelectual do leitor. O bibliotecário será, então, um bom leitor, possuirá um repertório amplo de leituras, uma das condições necessárias para fazer a mediação entre escritores e leitores. A biblioteca é responsável pela democratização de seus espaços e popularização de seus acervos.
O surgimento de novas tecnologias de informação e de suportes de leitura modificaram as formas tradicionais de leitura e escrita, colocando em pauta toda a relação da escrita com o espaço social que é praticada até nossos dias, demandando um reconhecimento destes novos objetos, as modificações ocorridas como conseqüência de seu estabelecimento e, também, as relações da escola com tais objetos.
Conforme Silva (2003):

Numa democracia com justiça social, espera-se que todos indivíduos sejam devidamente preparados para a compreensão e o manejo de todas as linguagens que servem para dinamizar ou fazer circular a cultura.O problema é que num país tão desigual como o Brasil, aqueles oceanos informacionais da Internet vão sofrendo restrições cada vez maiores em termos de presença e de utilização concreta na vida das pessoas. (SILVA, 2003, p.14)

O autor preconiza discussões sobre as leituras disponíveis na Internet voltadas para um projeto de cidadania, isto é, a formação de sujeitos sociais que tenham condições de satisfazer suas necessidades de informação, participando dos destinos da sociedade.
A circulação e produção virtuais desafiam os educadores das novas gerações, pois embora os textos desse suporte sejam escritos, o são numa tela de computador, adquirindo assim configurações únicas e várias ações de interatividade diferentes do texto impresso. Dessa forma, os textos virtuais são lidos na forma horizontal e o leitor precisa ser seletivo frente às muitas opções da Internet, caso contrário pode se perder nos labirintos da informação. A introdução da escrita virtual na sociedade tem ocorrido de forma tão veloz que a maioria dos professores ficou surpresa com o potencial traduzido pelo uso do computador e as reações tem sido ou de recusa no uso dessa tecnologia, ou de confusão frente às inúmeras possibilidades de utilização da máquina.

Silva (2003) comenta:

... ainda que os suportes impressos e digitais dos textos sofram alterações profundas em termos de configuração, nenhum deles chegará a desaparecer, mesmo porque cada qual dinamiza práticas culturais específicas surgidas de necessidades diferenciadas nas sociedades do mundo contemporâneo. (SILVA, 2003, p.15)


Há, portanto, necessidade de se estudar as especificidades da leitura e da escrita virtuais assim como a velocidade na circulação dos textos ao redor do mundo, superando até barreiras lingüísticas e, além disso, o analfabetismo digital, plágios de textos, entre outros. Como a Internet surgiu com possibilidade de subversão dos aparatos do poder, a comunicação é horizontal, livre e democrática.Silva (2003) conclui:

... talvez resida nisso a possibilidade maior de instauração de um certo tipo de cultura entre os homens que, pelas práticas de leitura – aqui tomada como uma atividade estruturante do pensamento – poderão , de agora em diante, viver mais intensamente a criatividade e a liberdade. ( SILVA, 2003, p. 16)


Segundo artigo da revista Veja (2006), foi lançado um produto que objetiva atrair crianças e jovens para a leitura: uma espécie de iPOD dos livros. O aparelho chamado de Reader pode armazenar em sua memória centenas de livros, apresentando-os numa tela página por página. Um aspecto importante do aparelho é o de que pode ampliar partes do texto em até 200%. As ferramentas do mundo da informática, segundo o mesmo artigo, têm tornado os jovens mais inteligentes, pois proporcionam um outro tipo de aprendizado: selecionar e processar informações e exercitar a lógica. Também os blogs da internet estimulam a escrita, e no mesmo artigo há relato de crianças que aprenderam a ler para entender os jogos eletrônicos.
Com o surgimento da Biblioteca do Google, o usuário poderá ter acesso a textos de todos os livros do mundo, pois a empresa já fez acordo com cinco instituições como a Biblioteca Pública de Nova York e mais quatro universidades.
Considerando que a língua é feita num trabalho coletivo, histórico e cultural constata-se, na Internet, o uso de recursos expressivos de uma certa língua, organizados de acordo com os critérios de uso desta por cada comunidade de falantes. Tal fato comprova o caráter criativo e público da linguagem.
No capítulo a seguir, serão explicitados os fundamentos de uma epistemologia do sujeito no exercício da leitura, bem como alguns autores e sua reflexão sobre a língua.SANCHOTENE(2006)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fotos sensacionais

Photo and caption by Ian Kelsa



Photo and caption by Michael Hanson





Fotos sensacionais



Photo and caption by Stephen Martin


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A música dos Engenheiros do Hawaii mudando o jeito de ver o mundo...


Obrigada Emerson




Fotos das paisagens de Visconde de Mauá. Montanhas, árvores e uma paz imensa ! A música dos Engenheiros do Hawaii mudando o jeito de ver o mundo...

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem esta prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem esta prisão

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Categoria:  Música
Palavras-chave: 
Dicionário inFormal

O dicionário de português gratuito para internet, onde as palavras são definidas pelos usuários. Uma iniciativa de documentar on-line a evolução do português.
Não deixe as palavras passarem em branco, participe definindo o seu português!


http://www.dicionarioinformal.com.br/

Blog Ebooks Grátis
(http://www.gutenberg.org/

ANGÚSTIA

As minhas angústias
São amargas
Como o polém...
Elas vivem negras
E tem gosto de açúcar.
As minhas angústias
adormecem somente minhas.
Não navegam como o céu
Azul... turquesa, visto
Com outros olhos...
Detalhes de uma vida.
Vida apenas vista, enquanto
e padeço
Num sótão de alegrias
Mortas.

Um dia triste - 03/04/00 Xandy Britto

Dica de livros

Links legais

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