sábado, 26 de dezembro de 2009

A escola:um dos principais agentes da atuação das ideologias












Faz-se necessária, também, uma reflexão sobre a tão comentada crise no ensino da língua materna, a exemplo do que ocorreu em outros países, da qual se ouve falar desde os anos setenta no Brasil. Tal crise definida, ora como uso deficiente ou inadequado da língua materna, ora como ineficiência do ensino, coincide com o processo de democratização da escola. Esta escola, que sempre privilegiou a cultura e a linguagem das classes favorecidas, pretende-se democrática, mas não aceita o dialeto de alunos pertencentes às camadas populares, expressão de sua cultura. Sobre esse assunto comenta Gnerre (1985) que processos considerados democráticos, mesmo com o objetivo de aumentar oportunidades e recursos educacionais, podem estar a serviço de processos de padronização da língua, pois estes costumam ser utilizados como instrumentos de controle do estado sobre faixas de difícil controle, já que tais grupos que mantêm contato reduzido com a variedade padrão da língua e produzem pouco material escrito, muitas vezes têm dificuldade para entender o mapa de estratificação social e as conseqüentes posições sociais, ou seja quem é quem na sociedade. Assim, a educação formal tem este lado que visa formar cidadãos mais produtivos e funcionais, preparados para interagir na sociedade.
Para Baudrillard, (Apud Chang,1996, p.181), existe um terrorismo do código que, por funcionar como mecanismo que salvaguarda a univocalidade da mensagem, reprime a heterogeneidade e contradições que surgem nos processos reais de comunicação social. Assim, não partilhamos códigos, nem transmitimos unilateralmente a mensagem. Bakhtin, em seus estudos sobre a linguagem, chama a atenção para o fato de que existe um vínculo orgânico entre o uso da linguagem e a atividade humana, pois não falamos no vazio, os enunciados que produzimos estão sempre relacionados às esferas do agir humano, têm tema, organização composicional e estilos adequados às finalidades e condições de cada atividade realizada. Tal pensamento esclarece a complexidade existente nas práticas de linguagem, bem como das atividades humanas e, conseqüentemente, à permanente mutação nos gêneros do discurso.
De outra maneira, as pesquisas de Chartier (2001) questionam o significado da leitura nas sociedades tradicionais. A seu ver, há uma capacidade de decifração que muitos possuem que pode revelar um grande número de habilidades, sendo estas das mais virtuosas às mais hesitantes. É preciso, portanto, fazer a reconstituição das diferenças simplificadoras que persistem até hoje como a de duas populações opostas, isto é, a de leitores alfabetizados e analfabetos iletrados. O autor cita uma primeira diferença que seria a modalidade física do ato léxico, que caracteriza uma leitura silenciosa de outra que necessita da oralização em voz alta ou baixa.
Chartier trata diacronicamente o assunto, datando três épocas de conquista da leitura visual em silêncio. São elas os séculos IX-XI, quando os scriptoria monásticos abandonaram os hábitos da leitura e da cópia oralizada; o século XIII com a leitura silenciosa adotada nas universidades; e a partir da metade do século XVI quando a leitura silenciosa é adotada pelas aristocracias laicas. Foi desta forma que se deu uma nova relação com o livro, mais fácil e produtiva, que foi favorecida por mudanças no próprio manuscrito como, por exemplo, a separação das palavras, provocando relações analíticas entre o texto e suas glosas, notas e índices. Acontece, então, uma mudança no ato de ler, que antes consistia num esforço do corpo inteiro para outra arte de ler, na intimidade de uma relação individual.
Nesse sentido, é interessante assinalar a recente tradução do árabe para o português, da obra As mil e uma noites, feita pelo professor Mamede Mustafá Jarouche, que traz aos leitores brasileiros os mais famosos contos orientais universais, assim considerados, talvez, porque muitos os conhecem mesmo sem nunca os terem lido, além de suas múltiplas origens geográficas e culturais. Hugo Estenssoro (2005) ao comentar o lançamento da obra, destaca a infinitude do livro a partir, mesmo, de seu título e cita autores como De Quincey, que credita aos contos o entendimento que lhe foi dado de que “as mínimas coisas do universo devem ser espelhos das maiores” além de citar, também, Borges, autor que se refere ao livro como “uma espécie de eternidade”.
A informação acima veiculada pretende relacionar alguns dados históricos sobre a leitura e a escrita, pois, concordamos com Yunes (2005), ao dizer que, em nossa sociedade contemporânea, o fato da alfabetização ter se tornado uma imposição para o desenvolvimento industrial, entre outros, como foi visto no relato das pesquisas de Chartier e Hebrard (1995), disseminou a idéia de que a leitura decorre da escrita, embora se saiba, e os contos orientais são um exemplo disto, que a oralidade precede a escrita no tempo e memória dos homens.
Toda e qualquer forma de linguagem é criada pela cultura de um povo que define correspondências, formando um sistema definidor das representações deste mesmo povo sobre o mundo, portanto, a linguagem cria, dá significado ao mundo. Assim, tanto falantes quanto leitores somos obrigados a ver o mundo por meio das configurações das línguas e, de acordo com filósofos da linguagem como Wittgenstein (1996) e Austin (1986), o que entendemos como real significa o sentido que lhe atribuímos. Desta forma, aquilo que é dito depende de quem fala e da sua ideologia, bem como depende do ouvinte. No caso de um grupo social estar dominado por um só ponto de vista, contamina outros discursos e assim se perde a polifonia de vozes. A escrita tem um papel perverso neste processo, pois pode fixar significados, reforçando interpretações. Porém, na oralidade que antecede a escrita se insinua a criação de sentidos, pois o homem ao mesmo tempo que nomeia a natureza está interpretando-a, atribuindo significado, funções e designações, ou seja, está lendo.
Yunes (2002) considera que da mesma forma que a escrita não suprimiu a oralidade, continua preservada a condição de leitor que pratica o tipo de leitura acima descrito, uma camada secundária dentro da oralidade, intensamente presente na cultura alfabetizada, porém, atualmente condicionada ideologicamente pela mídia. Assim,


O mundo já aparece interpretado consoante as vozes que o manipulam, dos telejornais às telenovelas, dos comentários às entrevistas que alienam contextos para naturalizar práticas. (YUNES, 2002, p.54)


Da forma explicitada acima, idealmente, todos somos leitores, embora os marginalizados da alfabetização, muitas vezes não se considerem assim, pois não lhes é dada a condição de construção de um imaginário a partir da linguagem escrita no meio em que está inserido, isto é, sua capacidade de leitura é censurada.
Desta maneira, sabendo que só escreve quem lê, é importante acrescentar que, na pós-modernidade, precisamos ter clareza de que na leitura de mundo também está presente uma leitura oriunda da escrita. A cidadania em nossos tempos não é a mesma do século XIX, pois, neste último, havia a necessidade de formação de uma sociedade em harmonia com uma nação, hoje, porém, há a necessidade de sobrevivência humana à diversidade social. Para Yunes (2002), é importante a revisão da história da leitura no sentido de corolário da escrita.
Sabemos que o homem, desde os primórdios de sua existência, ao registrar, de várias formas, suas impressões ou interpretações, realizava uma escrita não-alfabética como produto de uma leitura precedente. Por outro lado, tal valorização da leitura poderia levar ao pensamento de que a codificação imobiliza a mensagem, já que preexistia à escrita. Tal fato, então, acarretaria a imobilidade da leitura, situação que de fato ocorreu durante muitos séculos, a favor das ideologias dominantes, juntamente com aqueles autorizados a ler, isto é, decodificando e interpretando signos definidos a priori.
Por muito tempo, o registro da participação do leitor ao longo da história não se importou com o exercício de interpretação por ele exercido, mas sim com gestos posturais, movimentação dos lábios, fonação etc. Tal aspecto era visto como um reconhecimento na escrita dos sentidos retidos nela inscritos pelo poder social. O sentido absoluto do que era registrado na escrita só se modificou com o surgimento de sociedades de caráter democrático, mais recentemente, quando houve a repercussão de valores e necessidades comuns entre classes sociais diferentes, fato que colocou em dúvida a valorização do escrito como verdade única.
Mais recentemente, apesar do grande valor da escrita em nossa sociedade, sabemos de estudos que destacam a mobilidade dos signos, regida por usuários que criam novas referências, transformam as formas e sua ordem, criam discursos neste espaço onde realmente acontece a leitura. Yunes (2002) usa as seguintes palavras de Michel de Certeau para exemplificar este fato:




Bem longe de serem escritores, fundadores de um lugar próprio, herdeiros dos lavradores de antanho - mas, sobre o solo da linguagem, cavadores de poços e construtores de casa –os leitores são vigilantes: eles circulam sobre a terra de outrem, caçam, furtivamente, como nômades através de campos que não escreveram, arrebatam os bens do Egito para com eles se regalar. A escrita acumula, estoca, resiste ao tempo pelo estabelecimento de um lugar, e multiplica a sua produção pelo expansionismo da reprodução. A leitura não se protege contra o desgaste do tempo ( nós nos esquecemos e nós a esqueceremos); ela pouco ou nada conserva de suas aquisições e cada lugar por onde ela passa é repetição do paraíso perdido. (CERTEAU, apud Yunes, 2002, p. 55)




Assim, para Yunes (2002, p. 56) “a escrita é um instantâneo no fluxo das leituras, ato contínuo que se interrompe para registro, por um lado; por outro o exercício de que fala de Certeau: desimobilizar o texto alheio, insuflando-lhe vida nova pela sua reinserção no circuito de significação”.
Desta forma, é possível dizer que a força do escrito vem do leitor, que a ela atribui um sentido em um contexto histórico determinado. A oralidade anterior à escrita, ou mesmo as sociedades ágrafas fundaram sua organização e cidadania na confiabilidade da palavra oral. Já em nossa era, a oralidade está contaminada pela escrita e as práticas de leitura são, na maioria das vezes, condicionadas pelas forças ideológicas dominantes, principalmente no ambiente escolar.
Atualmente, uma questão importante para os estudiosos da linguagem e da educação refere-se ao objetivo do ensino da língua materna: desenvolver um padrão lingüístico, norma padrão, ou reproduzir a ordem social vigente. De acordo com Silva (2002):




A escola brasileira, ainda que pseudodemocratizada, no que diz respeito à língua materna, persegue, no geral, a tradição normativo-prescritiva, (...). A conseqüência disso para quem tenha algum verniz de formação lingüística é óbvia: muitas e variadas normas chegam à escola e essa persegue ainda um ideal normativo tradicional. A grande maioria cala e tem que deixar a escola para lutar pela sobrevivência quotidiana e continuará subalterno, na sociedade que se reproduz de geração a geração, deixando o poder e a voz com aqueles que, por herança, já os adquiriram.( SILVA, 2002, p. 33)




De forma similar a Silva (2002), Magnani (2001) declara:




A escola, por sua vez, na medida em que trabalha primordialmente com a palavra, “signo ideológico por excelência”, institucionaliza códigos de leitura e escrita, os quais se baseiam em uma concepção de língua enquanto sistema de normas forjadas por uma classe, mas aprendidos e utilizados como se fossem naturais e espontâneos, e prepara um perfil de leitor que servirá de parâmetro para a produção de livros. (Magnani, 2001, p.8)


A escola, em função de tais aspectos, torna-se um dos principais agentes da atuação das ideologias, atuando por meio da legislação, programas de ensino, conteúdos, metodologias e avaliação na inculcação de um padrão para orientar o comportamento dos indivíduos. Como existem brechas nessas relações, surgem contra-ideologias que logo são combatidas pelo Estado na forma de reformas de ensino, reorganização curricular, projetos, entre outros.



quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

The end



The End
(Backspacer - Pearl Jam)

What were all those dreams we shared
those many years ago?
What were all those plans we made now
left beside the road?
Behind us in the road

More than friends, I always pledged
cause friends they come and go
People change, as does everything
I wanted to grow old
I just want to grow old

Slide up next to me
I'm just a human being
I will take the blame
But just the same
this is not me

You see?
Believe...

I'm better than this
Don't leave me so cold
I'm buried beneath the stones
I just want to hold on
I know I'm worth your love

Enough...
I don't think
there's such a thing

It's my fault now
Having caught a sickness in my bones
How it pains to leave you here
With the kids on your own
Just don't let me go

Help me see myself
cause I can no longer tell
Looking out from the inside
of the bottom of a well

It's hell...
I yell...

But no one hears before I disappear
whisper in my ear
Give me something to echo
in my unknown future's ear

My dear...
The end
comes near...
I'm here...
But not much longer.

(Imagens da internet)
Categoria:  Música

sábado, 12 de dezembro de 2009

Biblioteca


A Biblioteca

Já no início do século XX, a biblioteca passa a ter um caráter de servir ao leitor, mais tarde, também de documentar e, nos anos 60, torna-se mediateca de informação, porém, com público cada vez menor.
Nóbrega (2002), em artigo sobre livros e bibliotecas, relata que a história destes mostra que sempre houve uma preocupação do homem com a preservação de seus conhecimentos, os quais formaram coleções e, conseqüentemente, a necessidade de organizá-los, além de evidenciar a função de liberação da memória. Porém, neste mundo de acervos surge a necessidade de seleção: o que deve ser incorporado e o que deve ser descartado?
A palavra biblioteca, do grego, biblion = livro e théke = caixa, armário, revela o sentido a ela atribuído: um cofre de tesouros. Infelizmente, tais tesouros são inacessíveis a grande parte da humanidade e a biblioteca é considerada um templo, local de ritos e segredos ao lado da ordem, técnica e preservação. Esta visão está impregnada no imaginário social e perdura até nossos dias.











Não se tem notícia da primeira biblioteca, mas, na Antiguidade, já havia a noção destas, as mais conhecidas são as do Egito. Os acervos antigos foram gravados em blocos de pedras pelos escribas, ditados pelos sábios. A seguir, vieram tabletes de barro, tabletes de madeira coberta com cera, tabletes gravados a fogo e, por fim, o rolo feito de couro de animal nos quais os escribas, depois os monges copiavam e escreviam. O fato que permitiu grandemente o desenvolvimento da escrita foi a criação da massa de papiro pelos egípcios pela facilidade e economia do material. Mesmo com a invenção do papel pelos chineses e tendo sido este trazido à Europa por Marco Pólo, os europeus, por não acreditar no material, demoraram cento e cinqüenta anos para atingir a era de Gutenberg.
É importante citar que os suportes de escrita utilizados como, por exemplo, placas de marfim, letras e desenhos gravados a ouro, incrustações com jóias, papiro e, mesmo, o papel, tornavam-nos frágeis demais, necessitando estes de vigilância contínua.
A biblioteca da Alexandria continha 700.000 rolos de papiro e neles trabalhavam filósofos, matemáticos, pesquisadores em geral, vertendo para o grego o conhecimento de várias culturas e, tornando-se um centro de influência na cultura da época. Assim, a biblioteca deixa de ser um simples depósito de livros religiosos e dos inventários dos reis.
No decorrer do tempo e com a multiplicação dos livros, além da transformação da ciência, literatura e artes e, principalmente, com a diminuição do analfabetismo e o surgimento das universidades a biblioteca passa a ser laica, com caráter leigo e civil. Passa a ter o objetivo de ser um centro de divulgação de conhecimentos, incorporando novas práticas como a de empréstimos de livros.
Foi a invenção dos tipos móveis por Gutenberg a responsável por uma grande modificação nos suportes de leitura, que ensejou uma democratização do conhecimento por meio do livro impresso. Porém, desde a invenção da imprensa até o século XIX, o livro era visto como um objeto natural, não existindo questionamentos sobre suas especificidades. Já a partir do século XIX, surgem reflexões sobre o livro e a noção de que ele pode provocar no leitor experiências únicas e, também, complexas. Em relação à biblioteca o interesse era de oferecer oportunidades a diferentes públicos, porém sem resolver a questão de conservação e uso dos estoques, culminando com uma visão de função educadora, embora as reflexões teóricas atuais pensem nela como espaço social de discussão e criação.









Nos anos de 1980 e no início dos anos de 1990 houve, no Brasil, críticas feitas por muitos educadores sobre o tecnicismo presente na educação e também na biblioteconomia. Foi esse debate que revelou o caráter político e social das práticas escolares e das bibliotecas, mostrando o sucateamento das escolas e de suas bibliotecas quando estas existiam, e promovendo propostas de mudança. Assim, disto resultou o entendimento de que o trabalho do bibliotecário é de cunho político, pois não pode ser desvinculado de objetivos sociais e valores humanos, abalando as bases tecnoburocráticas da biblioteconomia, definindo as práticas do bibliotecário como conscientizadoras, transformadoras e criadoras. Dessa forma, os bibliotecários, antes meros executores de decisões tecnoburocráticas, passaram a dar mais ênfase à dimensão educativa de suas práticas como, por exemplo, elaborar programas para o desenvolvimento do gosto pela leitura.
O tecnicismo presente, ainda hoje, em muitas bibliotecas, deriva-se da tecnoburocracia, um prolongamento do estado autoritário que impõe certos valores e crenças como a valorização do método de trabalho em detrimento das condições e finalidades do trabalho, enfatizando o planejamento e o controle e a fiscalização por meio de normas rígidas e procedimento padronizado. O que se espera de um bibliotecário atualmente é que ele conheça o conteúdo dos livros que têm como também ser um guia intelectual do leitor. O bibliotecário será, então, um bom leitor, possuirá um repertório amplo de leituras, uma das condições necessárias para fazer a mediação entre escritores e leitores. A biblioteca é responsável pela democratização de seus espaços e popularização de seus acervos.
O surgimento de novas tecnologias de informação e de suportes de leitura modificaram as formas tradicionais de leitura e escrita, colocando em pauta toda a relação da escrita com o espaço social que é praticada até nossos dias, demandando um reconhecimento destes novos objetos, as modificações ocorridas como conseqüência de seu estabelecimento e, também, as relações da escola com tais objetos.
Conforme Silva (2003):

Numa democracia com justiça social, espera-se que todos indivíduos sejam devidamente preparados para a compreensão e o manejo de todas as linguagens que servem para dinamizar ou fazer circular a cultura.O problema é que num país tão desigual como o Brasil, aqueles oceanos informacionais da Internet vão sofrendo restrições cada vez maiores em termos de presença e de utilização concreta na vida das pessoas. (SILVA, 2003, p.14)

O autor preconiza discussões sobre as leituras disponíveis na Internet voltadas para um projeto de cidadania, isto é, a formação de sujeitos sociais que tenham condições de satisfazer suas necessidades de informação, participando dos destinos da sociedade.
A circulação e produção virtuais desafiam os educadores das novas gerações, pois embora os textos desse suporte sejam escritos, o são numa tela de computador, adquirindo assim configurações únicas e várias ações de interatividade diferentes do texto impresso. Dessa forma, os textos virtuais são lidos na forma horizontal e o leitor precisa ser seletivo frente às muitas opções da Internet, caso contrário pode se perder nos labirintos da informação. A introdução da escrita virtual na sociedade tem ocorrido de forma tão veloz que a maioria dos professores ficou surpresa com o potencial traduzido pelo uso do computador e as reações tem sido ou de recusa no uso dessa tecnologia, ou de confusão frente às inúmeras possibilidades de utilização da máquina.

Silva (2003) comenta:

... ainda que os suportes impressos e digitais dos textos sofram alterações profundas em termos de configuração, nenhum deles chegará a desaparecer, mesmo porque cada qual dinamiza práticas culturais específicas surgidas de necessidades diferenciadas nas sociedades do mundo contemporâneo. (SILVA, 2003, p.15)


Há, portanto, necessidade de se estudar as especificidades da leitura e da escrita virtuais assim como a velocidade na circulação dos textos ao redor do mundo, superando até barreiras lingüísticas e, além disso, o analfabetismo digital, plágios de textos, entre outros. Como a Internet surgiu com possibilidade de subversão dos aparatos do poder, a comunicação é horizontal, livre e democrática.Silva (2003) conclui:

... talvez resida nisso a possibilidade maior de instauração de um certo tipo de cultura entre os homens que, pelas práticas de leitura – aqui tomada como uma atividade estruturante do pensamento – poderão , de agora em diante, viver mais intensamente a criatividade e a liberdade. ( SILVA, 2003, p. 16)


Segundo artigo da revista Veja (2006), foi lançado um produto que objetiva atrair crianças e jovens para a leitura: uma espécie de iPOD dos livros. O aparelho chamado de Reader pode armazenar em sua memória centenas de livros, apresentando-os numa tela página por página. Um aspecto importante do aparelho é o de que pode ampliar partes do texto em até 200%. As ferramentas do mundo da informática, segundo o mesmo artigo, têm tornado os jovens mais inteligentes, pois proporcionam um outro tipo de aprendizado: selecionar e processar informações e exercitar a lógica. Também os blogs da internet estimulam a escrita, e no mesmo artigo há relato de crianças que aprenderam a ler para entender os jogos eletrônicos.
Com o surgimento da Biblioteca do Google, o usuário poderá ter acesso a textos de todos os livros do mundo, pois a empresa já fez acordo com cinco instituições como a Biblioteca Pública de Nova York e mais quatro universidades.
Considerando que a língua é feita num trabalho coletivo, histórico e cultural constata-se, na Internet, o uso de recursos expressivos de uma certa língua, organizados de acordo com os critérios de uso desta por cada comunidade de falantes. Tal fato comprova o caráter criativo e público da linguagem.
No capítulo a seguir, serão explicitados os fundamentos de uma epistemologia do sujeito no exercício da leitura, bem como alguns autores e sua reflexão sobre a língua.SANCHOTENE(2006)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Fotos sensacionais

Photo and caption by Ian Kelsa



Photo and caption by Michael Hanson





Fotos sensacionais



Photo and caption by Stephen Martin


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

A música dos Engenheiros do Hawaii mudando o jeito de ver o mundo...


Obrigada Emerson




Fotos das paisagens de Visconde de Mauá. Montanhas, árvores e uma paz imensa ! A música dos Engenheiros do Hawaii mudando o jeito de ver o mundo...

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes erram a direção
E tudo ficou tão claro
Um intervalo na escuridão
Uma estrela de brilho raro
Um disparo para um coração

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Quem eram os donos da situação
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem esta prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum

A vida imita o vídeo
Garotos inventam um novo inglês
Vivendo num país sedento
Um momento de embriaguez

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter

Um dia me disseram
Que as nuvens não eram de algodão
Sem querer eles me deram
As chaves que abrem esta prisão

Quem ocupa o trono tem culpa
Quem oculta o crime também
Quem duvida da vida tem culpa
Quem evita a dúvida também tem

Somos quem podemos ser
Sonhos que podemos ter
Categoria:  Música
Palavras-chave: 

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Mitos africanos

domingo, 29 de novembro de 2009

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ilustração para Alice


http://abduzeedo.com

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Natal de um Brasil antigo

Para refletir

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Kafka

 


 

 

Sobre a obra

Kafka é um autor que representa o mundo pós-moderno, um mundo que mudou após a Segunda Grande Guerra, quando o consumismo exacerbado e a exploração do ser humano passaram aser tema de discussões de filósofos como os representantes da Escola de Frankfurt. Surgiram grandes movimentos de protesto nas décadas de 60 e 70 e, também as músicas de protesto.

  “A Metamorfose” é uma das mais conhecidas obras de Franz Kafka. Foi escrita em 1912, quando o autor tinha 29 anos.


Na história, um homem acorda transformado em um inseto e precisa aprender a lidar com a nova situação.

Trata-se de uma revelação do desespero humano perante o absurdo e opressão do mundo.

domingo, 25 de outubro de 2009

Tudo sobre a cerveja




1. A CERVEJA MATA?
Sim. Sobretudo se a pessoa for atingida por uma caixa de cerveja com garrafas cheias. Anos atrás, um rapaz, ao passar pela rua, foi atingido por uma caixa de cerveja que caiu de um caminhão levando-o a morte instantânea. Além disso, casos de infarto do miocárdio em idosos teriam sido associados as propagandas de cervejas com modelos boazudas.

2. O USO CONTINUO DO ALCOOL PODE LEVAR AO USO DE DROGAS MAIS PESADAS?
Não. O álcool é a mais pesada das drogas: uma garrafa de cerveja pesa cerca de 900 gramas.

3. CERVEJA CAUSA DEPENDÊNCIA PSICOLÓGICA?
Não. 89,7% dos psicólogos e psicanalistas entrevistados preferem uísque.

4. MULHERES GRÁVIDAS PODEM BEBER SEM RISCO?
Sim. Está provado que nas blitz a polícia nunca pede o teste do bafômetro pras gestantes. E se elas tiverem que fazer o teste de andar em linha reta, sempre podem atribuir o desequilíbrio ao peso da barriga.
 
5. CERVEJA PODE DIMINUIR OS REFLEXOS DOS MOTORISTAS?
Não. Uma experiência foi feita com mais de 500 motoristas: foi dada uma caixa de cerveja para cada um beber e, em seguida, foram colocados um por um diante do espelho. Em nenhum dos casos, os reflexos foram alterados.

6. A BEBIDA ENVELHECE?
Sim. A bebida envelhece muito rápido. Para se ter uma idéia, se você deixar uma garrafa ou lata de cerveja aberta ela perderá o seu sabor em aproximadamente quinze minutos.

7. A CERVEJA ATRAPALHA NO RENDIMENTO ESCOLAR?
Não, pelo contrário. Alguns donos de faculdade estão aumentando suas rendas
com a venda de cerveja nas cantinas e bares na esquina.

8. O QUE FAZ COM QUE A BEBIDA CHEGUE AOS ADOLESCENTES?
Inúmeras pesquisas vinham sendo feitas por laboratórios de renome e todas
indicam, em primeiríssimo lugar, o garçom.

9. CERVEJA ENGORDA?
Não. Quem engorda é você.

10. A CERVEJA CAUSA DIMINUIÇÃO DA MEMÓRIA?
Que eu me lembre, não.



segunda-feira, 19 de outubro de 2009

As sem razões do amor

sábado, 3 de outubro de 2009

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

`Álvares de Azevedo



Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!



Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d'alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!



Era mais bela! o seio palpitando
Negros olhos as pálpebras abrindo
Formas nuas no leito resvalando



Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti - as noites eu velei chorando,

sábado, 26 de setembro de 2009

Ùltima apresentação dos Beatles

HQ/Stereo http://www.youtube.com/watch?v=ZC1U2w...
January 30, 1969: The Beatles perform together for the last time, live, on the roof of Apple's London office. filmed for the documentary Let It Be.
Featuring Billy Preston on Organ











Don't let me down
Hey, don't let me down
Don't let me down
Don't let me down

Nobody ever loved me like she does
Oo she does, yes she does
And if somebody loved
me like she do me
Oo she do me, you she does

Don't let me down
Hey, don't let me down
Don't let me down
Don't let me down

I'm in love for the first time
Don't you know it's gonna last
It's a love that lasts forever
It's a love that had no past

Don't let me down
Hey, don't let me down
Don't let me down
Don't let me down

And from the first time that
she really done me
Oo she done me, she done me good
I guess nobody ever really done me
Oo she done me, she done me good

Don't let me down
Hey, don't let me down
Don't let me down
Don't let me down

I'm in love for the first time
Don't you know it's gonna last
It's a love that lasts forever
It's a love that had no past

Don't let me down
Hey, don't let me down
Don't let me down
Don't let me down
Hey hey ah
Don't let me down
Categoria: Música
Palavras-chave:
Dont Let Me Down Live Last Concert Hq stereo

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Os Maias



Sobre a obra ( Livroclip)
Os Maias é obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888.

No romance realista não faltam fatalismo, análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional. Esta obra é um retrato da sociedade contemporânea do autor, onde os valores que os nobres e pessoas de alta sociedade querem fazer transparecer são fachadas para as mais inacreditáveis situações. A educação exemplar de Carlos da Maia não o impediu de decair numa rua do Chiado.

A obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda. Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (a nível político e cultural) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.

domingo, 6 de setembro de 2009

Blues da piedade




Cazuza sabia das coisas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Adios nonino

PIAZOLLA


sábado, 29 de agosto de 2009

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Quero escrever o borrão vermelho de sangue (Clarice Lispector )

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.


Postado por zaratustra às 8/25/2009 12:52 Blog Sarau para todos

domingo, 16 de agosto de 2009

Os Cangaceiros


segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Sete valores

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Bayer leva jovens a Alemanha

http://www.ideiasustentavel.com.br/anuncios.php?codAnuncioLateral=173&pagina=Bayer%20leva%20jovens%20%C3%A0%20Alemanha#

Bayer leva jovens à Alemanha


Jovens estudantes do ensino médio e das universidades brasileiras terão a oportunidade de conhecer a sede da Bayer na Alemanha, basta ter idade entre 18 e 25 anos, terem conhecimentos avançados em inglês e serem autores de estudos ou projetos de caráter ambiental ou de desenvolvimento sustentável. Quem concede a viagem é o Programa Bayer Jovens Embaixadores Ambientais (BYEE – sigla em inglês para Bayer Young Environmental Envoy).

Informações no site ideiasustentavel

O concurso é realizado pela Bayer em parceria com a Organização das Nações Unidas. As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de agosto pelo site do programa. Os quatro melhores projetos serão escolhidos para representar o Brasil, e apresentados na sede da Bayer em novembro de 2009, no Encontro Internacional de Jovens Embaixadores Ambientais.



Leia o regulamento do programa aqui, ou increva-se!

domingo, 2 de agosto de 2009

Òleos Soya e Liza/ soja transgênica

Video denúncia lançado pelo Greenpeace Brasil em outubro de 2005 comprova que os óleos Soya e Liza, líderes no mercado, são fabricados com soja transgênica.
Denouce-video launched by Greenpeace Brazil in October 2005 proves that the oils Soya and Liza, leader brands, are made with genetically modified soya.
Categoria: Instruções e estilo
Palavras-chave:
GMOs Greenpeace transgenicos soja Soya Liza Bunge Cargill


sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dicas de livros para download




Resumo de O historiador
Certa noite bem tarde, ao explorar a biblioteca do pai, uma jovem encontra um livro antigo e um maço de cartas amareladas. As cartas estão todas endereçadas a "Meu caro e desventurado sucessor", e fazem mergulhar em um mundo com o qual ela nunca sonhou - um labirinto onde os segredos do passado de seu pai e o misterioso destino de sua mãe convergem para um mal inconcebível escondido nas profundezas da história.
As cartas fazem alusão a um dos poderes mais maléficos que a humanidade jamais conheceu, e a uma busca secular pela origem desse mal e sua erradicação. É uma caça à verdade sobre Vlad, o Empalador, o governante medieval cujo bárbaro reinado gerou a lenda de Drácula. Gerações de historiadores arriscaram reputação, sanidade, e até mesmo as próprias vidas para conhecer essa verdade. Agora, uma jovem precisa decidir continuar ou não essa busca - e seguir seu pai em uma caçada que quase o levou à ruína anos antes, quando ele era um estudante universitário cheio de energia e sua mãe ainda era viva.
O que a lenda de Vlad, o Empalador tem a ver com o mundo moderno? Será possível que o Drácula mítico tenha realmente existido - e continuado a viver, pelos séculos afora? A resposta a estas perguntas atravessa o tempo e as fronteiras enquanto primeiro o pai, e depois a filha perseguem pistas que os levam de empoeiradas bibliotecas de universidades norte-americanas a Istambul, Budapeste e os confins da Europa oriental. Em cada cidade, monastério e arquivo, em cartas e conversas secretas, emerge a horrível verdade sobre o feroz reinado de Vlad - e sobre um pacto atemporal que pode ter mantido sua monstruosa obra viva através dos tempos.
Juntando indícios escondidos e textos até então desconhecidos, e interpretando as mensagens em código enredadas na trama das tradições monásticas medievais - bem como esquivando-se dos adversários que farão de tudo para proteger os milenares poderes de Vlad -, uma mulher desvenda o segredo de seu passado e enfrenta a própria definição do mal. O Historiador é uma aventura de proporções monumentais, uma narrativa incansável que mistura fato e fantasia, passado e presente, em um estilo de suspense quase intolerável - e impossível de esquecer.

Download:
http://www.reidoebook.com/

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Agnus sei/Muito atual




sexta-feira, 17 de julho de 2009

terça-feira, 14 de julho de 2009

Namíbia na lista negra


Matança de focas na Namíbia prossegue

Posted: 14 Jul 2009 10:14 AM PDT Loboreporter90 mil animais, sendo 85 mil deles bebês, serão mortos esse ano


Essa foi a informação dada pelo departamento de pesca e recursos marinhos do país Frans Tsheehama, segundo informação da Associated Press. A temporada prossegue até 15 de novembro.


A imprensa havia noticiado que um ativista de direitos animais, Francois Hugo (foto) do Seal Alert South Africa, teria negociado com a indústria para evitar que a temporada acontecesse. Mas o acordo não se materializou. Hugo disse que matar um animal a pauladas é cruel, criminoso e contradiz as leis internacionais de proteção aos animais. Ele também diz que a caça dizima colônias inteiras.


Existem 850 mil focas na Namíbia e elas vivem em ilhas isoladas e rochosas desse país de esparsamente populado no sul da África. A caça acontece em circunstâncias clandestinas para evitar publicidade e ofender turistas.


AJ Cady do International Fund for Animal Welfare disse que a indústria está entrando em colapso em todo o mundo, e menciona a proibição pela União Européia de produtos de focas, além da crise econômica mundial. “A grande pergunta é quem está comprando essas coisas”, disse Cady. “A crueldade é muito óbvia.”

sábado, 11 de julho de 2009

Futebol brasileiro fraquinho...





















ASSIM, FICA DIFÍCIL, MUITO DIFÍCIL, TORCER PELO BRASIL!!!!!








David Beckham
Gigi Buffon (goleiro da Itália)
Fabio Canavarro (capitão da Itália)
Iker Casillas (goleiro da Espanha)
Cristiano Ronaldo (Portugal)
Alessandro Del Piero (Itália)
Fernando Torres (Espanha)
Freddie Ljunberg (Suécia)
Andriy Shevchenko (Ucrânia)
Brainpix







E agora...






.... SEM COMENTÁRIOS!!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Que país é esse? do blog do Noblat





Que país é este onde o chefe de um poder independente como é o presidente do Senado pede socorro ao chefe de outro - no caso, o presidente da República - por que se sente ameaçado de perder o lugar?

E ainda justifica o seu comportamento prestando contas do que fez, explicando o que não pode fazer e prometendo fazer mais isso e mais aquilo?

Um gesto desses é de servilismo.

Sarney entrou puxando por uma perna para despachar com Lula na última sexta-feira. Saiu amparado em um par de muletas.

Os norte-americanos chamam de “pato manco” o presidente que decidiu não disputar a reeleição, ou que a perdeu ou que não pode mais disputar.

Sarney só cumpriu cinco de um total de 24 meses como presidente do Senado. Tem direito de concorrer a um novo mandato. Não é certo que complete sequer metade do atual.

Em defesa dele, Lula, a ministra Dilma Rousseff e o PMDB puseram em circulação uma série de mentiras ou de falsas verdades. A maior delas: Sarney não é mais culpado do que seus colegas pela crise do Senado. É, sim. Somente ele presidiu o Senado três vezes.

Foi ele que nomeou e ajudou a manter Agaciel Maia como diretor-geral do Senado durante 14 anos. A Agaciel são atribuídas grossas patifarias que não poderia ter cometido sem o consentimento dos seus superiores.

Que outro senador mais do que Sarney está sendo alvejado por fatos embaraçosos?

Ora é um auxílio-moradia para ele que dispõe de duas casas em Brasília. Ora é um neto empregado em gabinete de senador. Ora é outro que vendia seguros de saúde e agenciava crédito consignado para servidores. Ora é uma penca de parentes e de afilhados pendurados na folha de pagamento do Senado. Ora é uma casa que comprou e que esqueceu duas vezes de declarar à Justiça Eleitoral.

Da série de mentiras para atarraxar Sarney na cadeira de presidente do Senado: se ele cair, a oposição herdará o lugar. O PMDB romperá com o governo e sentará no colo de José Serra, o provável candidato do PSDB à sucessão de Lula. A CPI da Petrobras será instalada no dia seguinte. A governabilidade irá para o espaço. Em resumo: o fim do mandato de Lula chegará mais cedo do que o previsto. Sem falar que a recuperação da economia poderá sofrer um forte abalo.

Se Sarney sair, seu substituto será escolhido em um prazo de 15 dias.

Dono da maior bancada do Senado, o PMDB comandado por Renan Calheiros (AL) tratará logo de ocupar a vaga com outro nome. Estão em curso a esse respeito negociações preventivas e sigilosas.

De resto, dá para imaginar o pragmático e fisiológico PMDB devolvendo seis ministérios e uma centena de cargos importantes só por que Sarney acabou defenestrado da presidência do Senado?

Perguntem ao PMDB da Câmara dos Deputados se ele está disposto a dar às costas ao governo em solidariedade a Sarney. Está, sim, disposto a oferecer Michel Temer (SP) para vice de Dilma.

Perguntem aos governadores do PMDB se Sarney vale mais do que um naco das milionárias verbas do Programa de Aceleração do Crescimento.

Conservar Sarney na presidência do Senado ou tirá-lo não assegura desde já o passe do PMDB na eleição presidencial de 2010. Na hora certa, a maior fatia do partido irá com quem for ganhar.

A CPI da Petrobras ainda não foi instalada porque a oposição não quis. CPI é direito da minoria reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. Basta acioná-lo para que ela funcione. A oposição prefere deixá-la para depois das férias de julho.

O estado de saúde da economia depende dos acertos do governo. Às vésperas de eleições, deputados e senadores mendigam junto ao governo a liberação de verbas para seus currais de votos. Cadê clima para rebeliões?

Lula deve a Sarney o apoio que ele lhe deu durante a crise do mensalão. Quer zerar a conta. E levar de troco um presidente de Senado combalido.

Pouco se lhe dá que para isso tenha de humilhar o PT outra vez. O PT é apenas uma fotografia na parede.

Comentário: Grande texto. Inicia com a famosa frase "Que país é esse?" e termina parodiando o poema de Drummond

"(...)Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói". ANDRADE, Carlos Drummond de. Confidência do itabirano.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Melhor frase sobre políticos

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Indicação de livro/ não ficção






Mistura de diário e memória, "Resistência" foi publicado pela primeira vez em 1946 e é um relato de Agnès Humbert. Após a invasão dos alemães em Paris, Agnès, historiadora da arte, resolve fundar junto com seus colegas do museu o primeiro movimento de resistência na capital francesa. Agnès e seus amigos faziam o que podiam; convocar pequenas greves estratégicas, retirar as moedas de circulação, distribuir um pequeno jornal que informava todas as ações do movimento e suas conseqüências. Até que os alemães a prenderam e a levaram para um campo de concentração. Lá os horrores da guerra a atingiram em cheio. Agnès decidiu resistir mais uma vez. E conseguiu. "Resistência" é o testemunho vivo de uma época e suas questões, o depoimento pessoal de uma mulher forte que sempre soube que estava do lado da vida e da liberdade. Páginas: 320 Assunto: BIOGRAFIA Edição: 1 Acabamento: Brochura
Revista ´´Época 29/06/09

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Propagandas antigas

segunda-feira, 22 de junho de 2009

O desfile das verduras












quinta-feira, 18 de junho de 2009

Casablanca

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Mais roubalheira: SC

Esse blog está comprometido com a divulgação de escãndalos políticos. Leia a seguir:




www.tojoladasdomosququito.com.br




Nós phodemos!
É isso ai!

Dário Casvig Berger ainda não sentou na cadeira de seu gabinete nesse segundo mandato e prepara-se para nova viagem. Vai torrar nosso dinheiro em simpósio internacional de mobilidade urbana na Alemanha. Leva a tira-colo o assessor internacional de porra nenhuma Bita Pereira . Ex -viciado em drogas e dono de igreja pentecostal Viva Jesus, Bita deve estar interessado na tecnologia alemã de serviços de inteligëncia bancária em cartões magnéticos para a sua seita. Passar a sacolinha já era. Também irá no pacote o vereador Márcio de Souza (ex-PT). Márcio que é chegado numa sessão de umbanda deve estar promovendo descarregos permanentes para o alcáide. Para fechar com chave de ouro, vai o presidente da Cämara Municipa, o vereador Gean Loureiro. O que o pato rouco vai fazer na Alemanhã? Prospectar uma filial da Eurodisney para Florianópolis.

Para o bem da cidade era bom o Bin Laden meter uma bomba no avião dessas pragas daninhas.

Semana passada teve na UFSC um evento ligado a mobilidade e urbanismo e nenhum desses vigaristas esteve presente. Na Alemanha o chopp é importado e salsicha é de prima.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mario Vargas Llosa


Entre a liberdade e Hugo Chávez

De Mario Vargas Llosa no O Estado de S. Paulo

Um Encontro sobre Liberdade e Democracia realizado em Caracas em 28 e 29 de maio, que teria passado despercebido pelo grande público e confinado a um reduzido âmbito intelectual, converteu-se, graças ao governo de Hugo Chávez, num acontecimento internacional. Em boa hora, pois desse modo um amplo setor pôde se inteirar dos atropelos que se cometem diariamente na terra de Bolívar contra as liberdades civis e da coragem com que tantos venezuelanos se mobilizaram contra o governo estatista e totalitário que pretende converter este país numa segunda Cuba.
Uma centena de escritores, intelectuais, políticos e jornalistas foram a Caracas festejar os 25 anos do Cedice, um instituto defensor da cultura democrática e da economia livre, que, apesar das perseguições de que foi e continua sendo vítima, segue promovendo as ideias liberais em meio à frenética campanha centralizadora e coletivista de um dos governos mais anacrônicos do mundo ocidental.


É verdade que a Venezuela ainda não é uma Cuba porque ainda restam espaços para a empresa privada e a imprensa livre, mas estes estão se fechando cada dia mais. Tanto empresários privados quanto órgãos de imprensa independente trabalham submetidos a perseguições e ameaças e com a espada de Dâmocles do confisco, da expropriação e do fechamento sobre suas cabeças.
No entanto, a despeito dos julgamentos, multas e embaraços administrativos que os asfixiam, a inteireza com que continuam na briga é admirável. No dia em que inauguramos o encontro completavam-se dois anos do fechamento da Rádio Caracas Televisión (RCTV), após a épica batalha pela sobrevivência travada por seu proprietário, Marcel Granier, e as centenas de jornalistas e demais trabalhadores da empresa. Agora, o alvo do regime é o último canal independente em que a oposição pode se expressar: a Globovisión. Da mesma forma que na RCTV, os 400 jornalistas e trabalhadores da Globovisión cerraram fileiras na defesa de seu centro de trabalho e de sua dignidade.
Qual é a popularidade real de Chávez? Numa das exposições mais notáveis do Encontro, María Corina Machado, fundadora do Movimento Cívico Súmate, mostrou, com documentos irrefutáveis, que o regime chavista, sob a aparência desordenada e caótica, maneja um rolo compressor, inteligente e implacável, de intimidação e extorsão das consciências e do voto, que manipula e subjuga sobretudo os funcionários públicos, os pensionistas e os operários e trabalhadores eventuais, oferecendo-lhes segurança em seus empregos em troca de adesão política e fazendo-os crer que todos seus movimentos e palavras são vigiados de modo que, ante o menor desvio, a represália governamental se abaterá sobre eles como uma guilhotina, privando-os do trabalho, do salário ou da pensão.
A ofensiva contra o setor privado da economia é vertiginosa. Um terço dela já está nas mãos do Estado. Dois milhões de hectares foram expropriados para ser convertidos – segundo um termo copiado da ditadura militar peruana do general Velasco Alvarado – em empresas de “propriedade social”.
Foram igualmente estatizadas as empresas elétricas, a maioria das telecomunicações, indústrias de cimento, todas as empresas de serviços petrolíferos e todas as empresas mistas de exploração de petróleo, bem como siderúrgicas e incontáveis empresas médias e pequenas de distintos setores com pretextos diversos ou sem pretexto algum, mediante a mera prepotência. No âmbito financeiro, o Banco Santander foi a primeira vítima da estatização.
Ainda há eleições, mas se trata de uma operação de relações públicas, pois o governo ignora seus resultados e anula e persegue os opositores eleitos. Manuel Rosales, o ex-governador de Zulia e prefeito de Maracaibo, teve de se exilar no Peru. O prefeito de Caracas, Antonio Ledesma, foi privado de praticamente todas as atribuições importantes que eram responsabilidade da municipalidade.
É no campo sindical que o autoritarismo de Chávez encontrou maior resistência. Para tentar substituir a Central de Trabalhadores de Venezuela (CTV), Chávez criou a União Bolivariana de Trabalhadores, sindicato oficialista que, apesar do apoio escancarado do regime – e talvez por isso mesmo -, carece de legitimidade e filiados.
Dito tudo isso, e embora a resistência seja difícil contra um regime arrogante e sem escrúpulos, a batalha pela liberdade não está perdida na Venezuela. Uma das sessões mais emocionantes do encontro foi aquela em que os jovens prefeitos de Chacao, Sucre e Baruta – antes o havia feito o de Caracas -, expuseram como se arranjam.
Como não haveria esperança num país onde todas as universidades, privadas e públicas, rejeitam o projeto totalitário, e onde os estudantes estão na vanguarda das manifestações contra as pretensões de Chávez de converter a Venezuela numa Cuba ou Coreia do Norte? A revolução chavista é a primeira na história que nasceu órfã de ideias e de doutrinas e teve de se contentar apenas com slogans e lugares comuns porque em suas fileiras havia agitadores, mas não pensadores ou escritores dignos desse nome.
Revoluções como a russa, a chinesa e a cubana imantaram em seus primeiros anos de idealismo e imaginação de grandes criadores, cuja ingenuidade as embelezou e prestigiou: depois, eles pagariam caríssimo por seu erro e iriam para o gulag. Na Venezuela, porém, com exceções que se contam nos dedos, a classe intelectual mostrou, desde o primeiro momento, uma lucidez visionária.
Nos cinco dias que acabo de passar na Venezuela me senti animado como nos melhores dias de minha adolescência. Sempre fui grato a este belo país. Agora, eu o sou ainda mais, pela extraordinária lição de fidalguia que recebemos de venezuelanos indomáveis na defesa de sua liberdade.

sábado, 13 de junho de 2009

A escola de antigamente


O risadinha

Paulo Mendes Campos

Seria melhor dizer que ele não teve infãncia. Mas não é verdade. Eu o conheci menino, trepando às árvores, armando alçapão para canários-da-terra. bodoqueando as rolinhas, rolando pneu velho pelas ruas, pegando traseira de bonde, chamando o professor Asdrúbal de Jaburu. Foi este último um dos mais divertidos e perigosos brinquedos da nossa infãncia: o velho corria atrás da gente brandindo a bengala, seus bastos bigodes amarelos fremindo sob as ventas vulcânicas.
Nestor, em suma, teve a meninice normal de um filho de funcionário público em nosso tempo, tempo incerto, pois os recursos da Fazenda na província eram magros, e os pagamentos se atrasavam, enervando a população.
Seus companheiros talvez nem soubessem que se chamava Nestor; era para todos o Risadinha. Falava pouco e ria muito, um riso de fato diminutivo, nascido de reservados solilóquios, quase sempre extemporãneo. certa feita, na aula de francês, quando entoávamos em coro o presente do verboaller s'en , Risadinha pespegou uma bólide de papel bem na ponta do nariz do professor, que era muito branco,pedante a capricho e tinha o nome de Demóstenes. O rosto do mestre passou do pálido ao rubro das suas tremendas cóleras. Um dos seus prazeres, sendo vetado por lei castigar-nos com o bastão, era desfiar em cima do culpado uma série de insultos preciosos, que ele ia escandindo um por um, sem pressa e com ódio.
- Levante-se, seu Nestor! Sa-cri-pan-ta! Ne-gli-gen-te! Si-co-fan-ta! Tu-nan-te! Man-dri-ão! Ca-la-cei=ro! Pan-di-lha! Bil-tre! Tram-po-li-nei-ro! Bar-gan-te! Es-trói-na! Val-de-vi-nos! Va-gabun-do!...
Pegando a deixa da única palavra inteligível, Risadinha erguia o dedo no ar e protestava, com ar ofendido:
- Vagabindo, não, professor.
Era um artista na arte do cinismo, e sua momice de inocência era de tal arte que até mesmo seu Demóstenes não conseguia conter o riso. Como também somente ele já arrancara uma gargalhada do padre-prefeito, um alemão da altura da catedral de Colõnia, num dia em que vinha caminhando lento e distraído, fora da forma.
- Por que o senhorr não está na forma? - perguntou-lhe rosnando o padre, como se estivesse de promotor da Inquisição, diante de um herege horipilante.
- È porque estou com meu pezinho machucado, respondeu com doçura o Risadinha.
- E porque o senhorr não está mancando?
Risadinha olhou com espanto para os seus próprios pés, começando a mancar vistosamente:
- Desculpe, seu padre, é porque eu tinha esquecido.

domingo, 7 de junho de 2009

Geada em Curitiba









Dicionário inFormal

O dicionário de português gratuito para internet, onde as palavras são definidas pelos usuários. Uma iniciativa de documentar on-line a evolução do português.
Não deixe as palavras passarem em branco, participe definindo o seu português!


http://www.dicionarioinformal.com.br/

Blog Ebooks Grátis
(http://www.gutenberg.org/

ANGÚSTIA

As minhas angústias
São amargas
Como o polém...
Elas vivem negras
E tem gosto de açúcar.
As minhas angústias
adormecem somente minhas.
Não navegam como o céu
Azul... turquesa, visto
Com outros olhos...
Detalhes de uma vida.
Vida apenas vista, enquanto
e padeço
Num sótão de alegrias
Mortas.

Um dia triste - 03/04/00 Xandy Britto

Dica de livros

Links legais

http://blogs.abril.com.br/agora

http://www.louvre.fr

http://marketinaweb.blogspot.com/

http://thirinhas.wordpress.com/

http://xandybritto.blogspot.com/

http://sandra-acasaenossa.blogspot.com

http://contoscantoseencantos.blogspot.com/

http://www.concursosliterarios.com.br

http://www.cbl.org.br/jabuti

http://www.ateliermeow.com

http://www.ultrapassandobarreiras.blogspot.com

http://escuteseusolhos.blogspot.com

http://www.neostesia.com

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