Leila Diniz
Ainda em tempo, trago uma dica de livro de uma mulher da qual muito ouvi falar e, mais tarde,pude assistiraos filmes dos quais participou. Até hoje tenho uma forte impressão pela desbravadora que foi.
Uma revolução na praia
Joaquim Ferreira dos Santos
Descrição
A história da mulher brasileira não pode ser escrita sem um capítulo inteiro dedicado a Leila Diniz (1945-72). Filha de um líder do Partido Comunista, ela foi protagonista da primeira produção de novela da Globo, em 1965; participou no cinema das comédias de Domingos Oliveira e dos filmes experimentais de Nelson Pereira dos Santos, no ciclo do desbunde. No teatro, estava na revista tropicalista Tem banana na banda. Leila teve um currículo de realizações artísticas expressivas em sua curta trajetória de 27 anos, mas nada se compara à contribuição que deixou para a história do comportamento feminino. Com sua espontaneidade e alegria, convicta na dedicação de se mover apenas pelo prazer e pela liberdade, ela ajudou a traçar um novo papel para a mulher na sociedade brasileira. Sempre sem discurso, sem palavras de ordem, sem colocar o homem como inimigo do projeto. É nesse contexto, de uma autêntica revolucionária, sobrevivente também de uma infância dramática, que o jornalista Joaquim Ferreira dos Santos apresenta a biografia da atriz, em um novo lançamento da coleção Perfis Brasileiros, coordenada por Elio Gaspari e Lilia M. Schwarcz. Desde a adolescência, em que Leila perambula pelos bares de Copacabana e Ipanema, até os dias em que foi julgada, num programa de TV, e condenada como nociva à sociedade, o autor conta as grandes passagens da vida da atriz. Na célebre entrevista concedida ao Pasquim (1969), figura de toalha amarrada na cabeça, escandalizando a sociedade e o governo militar por seus inúmeros palavrões e suas posições avançadas sobre sexo e comportamento. Em 1971, grávida, mostra a barriga na praia, mudando a moda e os modos. No teatro rebolado, vestia-se de vedete, maiô cheio de plumas. Abandonada pelas feministas, tachada de alienada pela esquerda e de vagabunda pela direita, Leila foi afastada da TV Globo, porque no entender da autora Janete Clair não havia papel de prostituta nas novelas seguintes. Sem trabalho, aceitou o convite para participar de um festival de cinema na Austrália. Na volta, morreu num acidente de avião, deixando uma filha de sete meses e o Brasil de luto. Um extenso caderno de fotos, e uma cronologia com os principais acontecimentos no Brasil e no mundo, mostram tudo sobre a "moça que", nas palavras de Carlos Drummond de Andrade, "sem discurso nem requerimento soltou as mulheres de vinte anos presas ao tronco de uma especial escravidão".
Detalhes
Título: Leila Diniz
Subtítulo: Uma revolução na praia
Autor: Joaquim Ferreira dos Santos
Editora: Companhia das Letras
Texto e foto extraidos de folhaonline
É uma pena que tenha nos deixado tão cedo, mas o "mundinho" da época ainda não estava preparado para tê-la por aqui.
ResponderExcluirABÇos
Margareth Duval
Pena, mesmo. Acho ela demais.Sempre que posso assito algum filme, apesar de que foram tão poucos. Obrigada.
ResponderExcluirQuerida é esse link aqui tem um selo antes do texto...
ResponderExcluirhttp://bypoesia.blogspot.com/2009/03/selo-indicado.html
beijus obrigado pela visita...