Entende-se que o sujeito nasce e é constituído como tal em um complexo caldo de heteroglossia e dialogização. Assim esse sujeito, no princípio, percebe a realidade lingüística como múltiplas vozes sociais que se realizam “em múltiplas relações dialógicas – relações de aceitação e recusa, de convergência e recusa, de convergência e divergência, de harmonia e de conflitos, de intersecções e hibridizações.” (Faraco, 2003, p. 80).
Bakthin define uma visão dialógica de mundo, ou seja, um diálogo entre existência e linguagem, entre mundo e mente, entre o que é dado e criado, que estão presentes nas discussões que faz sobre autoria, respondibilidade, mesmo e outro, mundo como experiência em ação, mundo como representação no discurso. Esses aspectos serão apresentados como conclusão deste trabalho, após a análise e estudo das comunidades virtuais de acordo com os pressupostos descritos acima. É interessante relembrar que em muitos lugares do mundo a alfabetização tradicional, que usa suportes mais simples do que os tecnológicos, ainda não chegou a resultados satisfatórios. Os suportes tecnológicos são, também, considerados intelectuais, já que promovem a experiência e a atribuição conceitual aos elementos utilizados.
Os estudos sobre questões de linguagem e de leitura, na formação de professores, perante a força de modelos discursivos não científicos, os quais orientam o ensino da língua no Brasil, bem como dos preconceitos lingüísticos e, por extensão, pedagógicos que são postos em todos os setores da sociedade, podem, também, ser equiparados à problemática da alfabetização digital com a qual a sociedade se depara neste momento. Considerando-se a função mediadora da tecnologia no processo de aprendizagem, torna-se primordial a discussão dos vários pressupostos teóricos relacionados a essa nova linguagem e não simplesmente a sua utilização como ferramenta. Por outro lado, são as crianças que dominam o assunto e conhecem todas as possibilidades do ambiente multimídia, dominando a sua utilização. Praticam várias experiências no ciberespaço, como, por exemplo, a formação e a participação em comunidades sociais que, por sua vez, pressupõem padrões, costumes e códigos sociais partilhados no ambiente.
Silva (2003) salienta:
É importante destacar que a tecnologia propriamente dita presente na Internet não é questionada pelas crianças enquanto aparato técnico, pois ela adquiriu uma determinada transparência que lhes permite lidar com pessoas, informações, jogos, serviços, aplicações e amigos. Por isso, é necessário considerar as implicações trazidas pela sua utilização sobre a percepção da realidade social, isto é, ao nos conectarmos com as informações por meio da Internet, estão ocorrendo mudanças externas, mas também internas. É fundamental reconhecer que o computador tornou-se um novo ambiente cognitivo.(Silva, 2003, p. 110)
Muitas são as considerações e estudos que se fazem necessários sobre os objetos informáticos, já que esses são imateriais e de existências virtuais, além de potencialmente interativos e, por tais motivos, são bem adaptados a uma pedagogia ativa.
Ainda sobre os ambientes interativos virtuais, é possível citar vários grupos de estudo e troca de experiências como, por exemplo, o Blogs Educativos, comunidades diversas formadas e interligadas por temas de estudo em várias áreas do conhecimento como o edudemocratica-Grupos, ou de interesse por notícias como o dHitt, redes de relacionamento como Orkut, Plaxo e muito mais.Joyce Sanchotene
Olá Joyce! Parabéns pelo blog e as discussões que propõe. Já estou lhe acompanhando! Depois dá um pulo lá no meu para conhece-lo. Abraço!
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